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Prezado leitor:
Nestes 11 anos, já foram bem mais de 500 postagens aqui no blog – divulgando e acompanhando a evolução da ciência e do estilo de vida low-carb. Alguns anos atrás – como quase todo mundo que produz conteúdo online – comecei divulgar informação também nas redes sociais, sobretudo no Instagram. O lado positivo foi um alcance maior do que o que tinha por aqui. Mas começou a ficar mais difícil achar tempo para exercer meu hobby favorito: escrever. Depois vieram os cursos online – mais uma vez, foi possível ajudar muita gente (e contribuir com o aperfeiçoamento da formação de centenas de profissionais da saúde). Por fim, houve o longo processo de escrita de um livro (que deverá ser publicado no primeiro semestre de 2023). O blog acabou ficando em desvantagem – novas postagens sendo adiadas por compromissos profissionais mais urgentes.
Mas foi justamente a escrita do livro que me ensinou um princípio fundamental. Explico. O projeto somente foi adiante quando eu me convenci de que escrever é trabalho. Significa ter dia e horário fixo na agenda para essa atividade. Fechei o consultório nas sextas-feiras para poder dedicar o tempo necessário para escrever. Mas isso tem, evidentemente, um custo. E o trabalho, para que se mantenha, precisa ser remunerado.
Atualmente, está cada vez mais difícil encontrar conteúdo isento, independente e livre de patrocínios na maior parte de veículos jornalísticos e em quase todos os canais digitais de influenciadores. Apesar da explosão das redes sociais, acredito que ainda haja espaço para o bom texto, por valores acessíveis ao público, que possibilitem um movimento ganha-ganha: o escritor é pago por seu trabalho e o leitor recebe um conteúdo livre de amarras comerciais. Eu mesmo sou assinante premium de vários veículos independentes e fico feliz em saber que, dessa forma, viabilizo o trabalho de quem admiro.
Foi assim que resolvi tirar do papel um projeto que venho amadurecendo há algum tempo. Uma área de membros do blog, juntamente com uma newsletter para divulgação e curadoria de conteúdo – com o meu compromisso de escrever, no mínimo, semanalmente. As redes sociais podem ser ferramentas úteis, mas o fato é que hoje viraram uma praça de guerra – muito calor e pouca luz. O tipo de coisa que vimos por lá nos últimos tempos me gera tristeza e insatisfação. O Twitter é ótimo para divulgar links de estudos, mas, por seu próprio modelo (mensagens curtas), não permite aprofundar nada. O Instagram sempre foi melhor para divulgar vídeos de gatinhos do que para qualquer outra coisa e, cada vez mais, limita a distribuição do conteúdo que não for patrocinado (exceto se for vídeos de gatinhos). O fato de não permitir links clicáveis o torna limitado quando o assunto é divulgação científica. E 2000 caracteres prestam-se mais a memes e lacração do que à informação de qualidade.
Para quem quiser ter acesso ao conteúdo premium exclusivo, haverá a possibilidade de fazer uma assinatura por um valor baixo, mas de extrema importância, pois viabilizará a manutenção desse contato vivo e cada vez mais qualificado com você, leitor e apoiador. A área premium do meu blog contará com postagens semanais que tambem serão enviadas por e-mail a todos que fizerem o upgrade. O acervo – com todo o conteúdo – ficará disponível na área premium do blog, para acesso exclusivo dos assinantes.
O blog continuará existindo e continuará 100% gratuito, como sempre foi. Postagens selecionadas continuarão sendo disponibilizadas para todos. O mesmo vale para as minhas redes sociais. Já a ÁREA DE MEMBROS permitirá um contato mais próximo, frequente e sem intermediários com você que aprecia informação sobre ciência em geral, saúde e low-carb, em particular. Além disso, seu apoio permitirá manter este espaço independente, livre de patrocinadores e de conflitos de interesse.
ATUALIZAÇÂO 07/12/2022
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Postagem premium de 17/11/2022
Dieta cetogênica pode melhorar rins policísticos
Anos atrás vi um estudo em roedores que mostrava que uma dieta cetogênica era benéfica para animais geneticamente predispostos a rins policísticos. Mas eram camundongos.
Na ortodoxia nefrológica, imaginar que uma dieta tipo Atkins possa ser benéfica para pessoas portadoras de uma doença que tende a evoluir para insuficiência renal crônica é pura heresia. Eis que surgiu um ensaio clínico randomizado preliminar – um estudo piloto, ainda não publicado – que sugere que uma dieta cetogênica melhora a função renal de portadores desta doença genética. Os pacientes sorteados para a dieta low-carb tiveram melhora da filtração glomerular (enquanto o grupo controle teve piora) e tiveram redução do tamanho dos rins (que ficam muitos aumentados pela presença de inúmeros cistos – o grupo controle, ao contrário, teve aumento do volume renal – o que é ruim neste contexto). Tudo isso em apenas 3 meses!
Há muito trabalho pela frente – é necessário um estudo fase 3, com numero maior de pacientes e desfechos concretos (duplicação de creatinina e evolução para hemodiálise, por exemplo).
Mas fica aqui a lembrança de que não, low-carb não faz mal para os rins; aliás, pelo contrário, é possível que ajude – tanto em rins policísticos como em condições muito mais comuns: as causas mais frequentes de insuficiência renal crônica são diabetes e pressão alta, para as quais low-carb é uma das melhores alternativas.
A notícia sobre o estudo pode ser lida clicando na figura abaixo:
Mais uma metanálise sobre carne vermelha
Como já explicamos no episódio 68 do podcast Comida Sem Filtro (Comida Sem Filtro #68 – Carne vermelha NÃO é inflamatória), há um conjunto de metanálises publicadas no Annals of Internal Medicine em 2019 (os links estão no podcast) que indicava que as evidências ligando carne vermelha a desfechos ruins de saúde são tão fracas (tanto em fidedignidade quanto em magnitude) que as pessoas deveriam focar em coisas mais importantes. Agora, uma nova metanálise da Nature Medicine aponta para a mesma conclusão:
“Encontramos evidências fracas de associação entre o consumo de carne vermelha não processada e câncer colorretal, câncer de mama, diabetes tipo 2 e doença cardíaca isquêmica.”
Se eu tivesse que resumir as conclusões (no que diz respeito a carne vermelha e doenças) dos autores em um parágrafo, seria mais ou menos assim: “eu acho – mas não posso provar – que o alimento X pode estar associado a várias doenças. Mas eu não sei, pois as evidências são fracas. E pode ser que um pouquinho de X tenha esse efeito fraco. Mas também pode ser que precise um montão de X. Eu não sei, ninguém sabe, me deixa em paz!”
Por isso tenho dito há algum tempo que a arrogância com que se proclama os PERIGOS da carne vermelha é inversamente proporcional à solidez da evidência. A evidência é FRACA – MUITO fraca. Mas fala-se como se fosse ponto pacífico.
E isso tem consequências. Fazer low-carb fica bem mais fácil se você puder comer uma das coisas mais nutritivas e saborosas – carne. Já não é fácil cortar doces, farináceos e salgadinhos. Se tiver que cortar a carne também – por crenças não fundamentadas de que possa lhe fazer mal – muita gente volta pra pizza, já que “tudo que é bom faz mal mesmo”.
Estudo: low-carb superior para diabetes
Sim, eu sei. Mais um! Mais um ensaio clínico randomizado mostrando que low-carb foi superior para o tratamento de pacientes diabéticos. O grupo low-carb, quando comparado ao grupo de dieta padrão, teve maior queda de hemoglobina glicada, maior queda de glicemia de jejum e maior perda de peso (perdeu 6 Kg a mais em média). Não é exatamente uma novidade, é apenas mais um estudo mostrando que essa estratégia é uma das melhores – quiçá a melhor – para diabetes tipo 2:
Comida Sem Filtro #78 – Suplementos podem fazer mal?
Não perca o Comida Sem Filtro desta semana!
E falando no comida sem filtro, aqui tem spoiler do assunto do próximo episódio! Vamos conversar sobre este novo estudo dos Drs. Raubenheimer e Simpson (e de um bom artigo sobre isso que saiu na Veja):