Isso é tão básico, que é realmente supreendente que muitos pesquisadores em obesidade ignorem este “detalhe”. Quando se afirma que “basta comer menos” e “basta fazer mais exercício”, parte-se do pressuposto que essas duas variáveis – consumo e gasto – são independentes. Será mesmo?
Pense nisso: pessoas (e animais de laboratório) sob restrição calórica severa (em guerras, ou grandes fomes) não apenas ficam famintas, mas também ficam letárgicas, sonolentas, e gastam o mínimo de energia física. Da mesma forma, pessoas que aumentam muito o nível de sua atividade física ficam naturalmente mais famintas – não existe forma mais eficaz de aumentar a fome do que uma atividade física intensa e demorada!
Isso quer dizer que as variáveis são dependentes, isto é, somente na cabeça de alguns teóricos será possível devinculá-las. A 1a lei da termodinâmica continua tão válida quanto sempre foi. O que não é realista é a crença de que uma pessoa poderá aumentar a atividade física e passar fome ao mesmo tempo, e fazer isso para o resto da vida, como se estas variáveis fossem independentes. Afora o óbvio: se estas variáveis fossem independentes, emagrecer seria extremamente fácil, não?